login e senha de plano de saúde pode acabar em fraude

login e senha de plano de saúde pode acabar em fraude

Ao ser atendido em um estabelecimento de saúde, o funcionário solicita seu login e senha de acesso à plataforma do plano de saúde. Ele afirma que é para a sua comodidade, assim você não precisa se preocupar com nenhum trâmite de documentos. Tudo certo? Não!

O advogado criminalista Rodrigo Fragoso alerta que essa situação é perigosa para o consumidor porque permite que uma terceira pessoa faça lançamentos e solicitações ao plano de saúde sem que o beneficiário saiba

– Além disso, entregar esses dados dá espaço para outras irregularidades, como a abertura de contas bancárias digitais em nome do beneficiário. Depois essas contas são usadas para receber os reembolsos fraudulentos, sem que o titular do plano de saúde tenha conhecimento – adverte.

As fraudes contra operadoras de saúde vêm sendo aprimoradas e têm crescido nos últimos tempos. Levantamento mais recente do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) estima um prejuízo anual de R$ 28 bilhões ao setor. Esse impacto na saúde financeira dos planos de saúde agrava o cenário atual de custo crescente da assistência prestada aos beneficiários, na esteira da pandemia de covid e do aumento do dólar, que afeta boa parte dos insumos da área de saúde.

Para engajar os beneficiários na prevenção e combate a fraudes contra os planos de saúde, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que representa as maiores empresas do setor, lançou uma campanha de esclarecimento e um canal online gratuito para denúncias. A entidade atua junto ao Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, que já investiga quadrilhas envolvidas no setor.

Fraudes comprometem não apenas os planos, mas também a vida e a dignidade do consumidor. Imagina uma pessoa ser envolvida como cúmplice de uma quadrilha que pratica fraudes contra a saúde suplementar. 

Quando fraudes comprometem os recursos do fundo mutual, elas prejudicam aos beneficiários indistintamente. O prejuízo é dividido por todos, afinal, a recomposição dos recursos é feita por meio do reajuste das mensalidades.

– Se as despesas do plano de saúde crescem em razão de uso indevido, o bolso de todos está sendo impactado. Por isso, quanto mais as pessoas estiverem conscientes da sua responsabilidade no uso racional dos recursos de saúde, melhor para todos – explica Vera Valente, diretora-executiva FenaSaúde.

 

Conheça algumas das principais fraudes praticadas contra planos de saúde

 

Fracionamento de recibo: o beneficiário deve receber apenas um recibo ou nota fiscal por atendimento de saúde. Se o prestador do serviço oferece a possibilidade de dividir o valor do atendimento em dois recibos ou notas fiscais, por exemplo, o objetivo é burlar as regras do plano para chegar a um reembolso total mais alto. Nesses casos, o documento adicional é emitido com uma data diferente ou em nome de um dependente que não recebeu o atendimento. Essa prática é fraudulenta porque não reflete o serviço prestado e, na prática, significa apresentar documento falso à operadora de saúde. O uso de documento falso pode ser enquadrado como estelionato, crime previsto no artigo 171 do Código Penal.

Falso estado clínico:  a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, mais conhecida como CID, determina a classificação e o código das doenças. O  uso irregular de um CID com o objetivo de solicitar atendimentos desnecessários, excessivos ou não cobertos pelos planos de saúde (como os procedimentos estéticos) é fraude e muitas vezes também coloca em risco a saúde do beneficiário.

Reembolso assistido: o prestador do serviço se oferece para encaminhar o pedido de reembolso à operadora. Para isso, em geral, solicita dados pessoais do beneficiário, como login e senha de acesso do cliente ao portal do plano de saúde. De posse desses dados, podem ser lançadas despesas diferentes das que foram efetivamente realizadas pelo beneficiário. Assim como a senha do banco, o login e a senha de acesso ao site e aplicativo do plano de saúde devem ser confidenciais.

 

Para mais informações e acesso às cartilhas da campanha, acesse www.saudesemfraude.com.br

fonte:  Senado

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